Vou fazer um breve comentário sobre as 2 ultimas exibições do ciclo Skinhead, de minha curadoria, que ocorreu no Museu da Imagem e do Som de Campinas.
Skinhead Attitude - 09/10/2010
Essa talvez foi a exibição mais cheia;
O famoso documentário passou com vários amigos meus do MIS (e da vida) presentes
A discussão no final ocorreu sem problemas, e percorreu os temas óbvios do universo Skinhead: intolerância, racismo, neo-nazismo e blá-blá-blá, todo aqueles temas que envolvem o estereótipo que a mídia fica nos empurrando a anos.
O documentário expõe as desconhecidas facetas do movimento Skinhead, mostrando não apenas os nacional-socialistas mas também Skinheads comunistas, os tradicionais, os Sharps - provando que o movimento é incrivelmente heterogêneo.
No leque de discussões sobre Skinheads, tanto no MIS como para a vida daquelas pessoas, entrou outros argumentos que fogem daquilo que a mídia apresenta.
Se tem uma palavra para definir essa exibição é "esclarecedor", talvez esse seja a exibição de maior conformidade com a minha proposta nesse ciclo, sucesso.
Apresentação de vídeos relacionados a cultura Skinhead - 13/11/2010
Bem, essa aqui foi ontem.
Nessa exibição resolvi passar a famosa reportagem do SBT (A cultura do ódio) e logo em seguida "videos respostas" que mostram o que é a cultura Skinhead tradicional e reforçar a presença negra nela.
A programação foi a seguinte:
1 - Reportagem "A Cultura do Ódio" - Programa Documento Especial (SBT/1992) de Nelson Hoineff
2 - Documentário "Skinhead Reggae" - Documento produzido por alunos da Faculdade Metodista com o grupo You & Me on a Jamboree
3 - Video-aula de como dançar SKA com a Orquestra Brasileira de Música Jamaicana
4 - Vídeo de Laurel Aitken, com a música Skinhead - Performace de 1989
5 - Imagens de Mods, Skinheads Ingleses e Jamaicanos entre 1967 a 1969 em Brighton (Inglaterra)
6 - Slide com fotos de Skinheads, incluindo material do fotógrafo Gaving Watson
De todas foi a mais interessante, vou explicar porque.
Apesar de não ter tantas pessoas, a exibição contou com a presença de 2 Skinheads, que no começo foram olhados com desconfiança pelos frequentadores do MIS, mas que depois da exibição foram tratados com igualdade, como se fosse outro frequentador qualquer (só que com botas, cabeças raspadas e suspensório).
Senti nesse dia que o mito de que todo Skinhead é neo-nazista foi derrubado, pelo menos para aquelas pessoas. A exibição endossada ainda pela presença dos próprios Skinheads, que conseguiram finalmente ter um espaço para falar.
Era exatamente isso que eu queria buscar nesse ciclo, uma visão diferente do que se entende por Skinhead, e pelo menos, uma presença Skinhead em algumas das exibições.
Se fosse para escolher uma palavra-chave para essa ultima exibição, seria "sucesso", consegui o que queria.
Agradeço a todos os envolvidos com o ciclo, a todos que elogiaram a proposta, e principalmente a todos os frequentadores do MIS.
Com esse ciclo, prova-se que o Museu da Imagem e do Som de Campinas é de fato um lugar que se abre democraticamente para todo tipo de manifestação, sem censura técnica, estética ou ideológica (como sempre fala o Orestes, historiador do MIS).
Queria fazer uma menção honrosa aos blogs Skinhead Culture (http://skinheadculture.blogspot.com/), A Cena - Agitos Culturais (http://acena-agitosculturais.blogspot.com/) e principalmente o You & Me on a Jamboree (http://youandmeonajamboree.blogspot.com/).
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